Jalusa Andréia Storch e Luiz Gustavo dos Santos, alunos da pós-graduação da FEF / UNICAMP integraram a equipe Brasileira de Paracanoagem, respectivamente como fisioterapeuta e preparador físico. A equipe nacional retornou do Campeonato Mundial de Canoagem de Velocidade e Paracanoagem na raia olímpica de Krylatskoye, em Moscou – Rússia, realizado nos dias 6 a 10 de agosto, conquistando o quarto lugar no quadro geral de medalhas, ficando atrás dos países Inglaterra, Ucrânia e Áustria.
A Paracanoagem é uma modalidade executada por pessoas com deficiência, predominantemente de características físico-motoras (Lesados Medulares, sequelas de Poliomielite, Amputações, dentre outras). Este esporte ainda recente integrará os Jogos Paralímpicos no Rio de Janeiro em 2016.
Os atletas da modalidade são enquadrados em um sistema chamado de Classificação Funcional , que dependendo do grau de deficiência e comprometimento físico-motor são elencados em três classes funcionais (LTA, TA, A).
Oito atletas brasileiros obtiveram índice nacional e participaram nas provas de 200 metros das modalidades caiaque (K1) e canoa (V1): o canoísta Luis Carlos Cardoso da Silva levou medalha de ouro na prova V1 Masculino A 200 metros, com tempo de 54.944 segundos, seguido pelo ucraniano Oleksandr Hrechko com 57.481 e pelo húngaro Róbert Suba com 59.136. O medalhista também disputou a prova paralímpica do V1 Masculino TA, mas não conseguiu avançar para a final ao chegar na 5a colocação da semifinal.
Outra novidade foi o canoísta estreante Fernando Rufino de Paulo ou “Cowboy” como é conhecido na Paracanoagem, que fez sua primeira prova internacional e garantiu a medalha de prata na final do K1 Masculino TA, com o tempo de 41.872, atrás apenas do austríaco Markus Swoboda com 40.928. O bronze ficou com o russo Victor Potanin com 42.906.
O tetracampeão Fernando Fernandes de Pádua não obteve o planejado pentacampeonato, chegando na final do K1 Masculino A em 5o lugar com o tempo de 52.795. O ouro foi conquistado pelo húngaro András Rozbora (49.375), a prata pelo britânico Ian Marsden (49.866) e o bronze pelo russo Igor Korobeynikov (50.095).
Os demais atletas da equipe brasileira representaram bem nosso país, contudo não sagraram-se como campeões: Caio Ribeiro de Carvalho (V1 LTA), Marta Santos Ferreira (K1 TA), Débora Raiza Ribeiro Benivides (V1 LTA e TA) e Andréa Pontes e Silva (K1 A).
A equipe técnica foi liderada pelo supervisor da modalidade e chefe de delegação Leonardo Maiola, pelos técnicos de Paracanoagem Akos Angyal, Thiago Pupo e Paulo Barbosa, pela médica Patrícia Moreno e pelos alunos de pós-graduação em Educação Física da Unicamp Luiz Gustavo dos Santos como auxiliar técnico da modalidade e Jalusa Andréia Storch como Fisioterapeuta.
Estes atletas brasileiros integram o Centro de Treinamento da Paracanoagem Brasileira (CT), localizado no Centro de Práticas Esportivas da Universidade de São Paulo (CEPEUSP), iniciando suas atividades em 22/04/2014. A Raia Olímpica de Canoagem e Remo da USP apresenta 2,2 km de extensão por 100 m de largura, e disponibiliza uma infraestrutura aos atletas com deficiência que inclui vestiários, sala de musculação, pista rústica, barcos e garagem.
O projeto do CT é ofertado aos 12 melhores atletas com índices mínimos exigidos pela CBCa (Confederação Brasileira de Canoagem) que permanecerão concentrados por um ano em São Paulo, contando com apoio técnico e preparação física (realizado pelo aluno da Unicamp - Luiz Gustavo dos Santos), acompanhamento de profissionais de saúde (médico, psicóloga e fisioterapeuta – realizado pela aluna da Unicamp Jalusa Andréia Storch), os quais juntos desenvolvem estudos e pesquisas, acompanhando os atletas nos treinamentos semanais e em competições oficiais, além de prepará-los para as Paralimpíadas do Rio em 2016. O projeto abrange, também, hospedagem, transporte, assistência médica, psicológica e odontológica e ainda Bolsa Atleta e auxílio viagem para competições.