Ação Multidisciplinar em Qualidade de Vida na Escola

Contexto atual

A educação brasileira projetada nas escolas encontra-se em um estado de subdesenvolvimento, onde a escola, composta pela estrutura burocrático-administrativa, professores, corpo de alunos e a comunidade onde está inserida, mostra-se em completo desalinho com o projeto pedagógico alicerçado no ensino-aprendizagem proposto na LDB (Leis de Diretrizes e Bases) e nos PCNs (Parâmetros Curriculares Nacionais).

Essa proposta baseada no ensino-aprendizagem a qual defende “uma busca pela criatividade, espírito inventivo, curiosidade pelo inusitado e afetividade, para facilitar a constituição de identidades, capazes de suportar a inquietação, a convivência com o incerto, o imprevisível e o diferente” (PCN, 1999 2.75), não é vivenciada. A prática escolar na realidade tem propagado e desenvolvido a mesmice, o ensino de conteúdos repetitivos e descontextualizados, as mesmas aulas nos mesmos espaços, valorizando mais “o que” se aprende, em vez de “como” se aprende.


Novos horizontes

O aperfeiçoamento da gestão dos sistemas públicos de educação permite que as escolas passem a adotar práticas que estimulem a evolução da qualidade do ensino, fortalecendo a troca de experiência entre os professores e o trabalho em equipe. O ideal é que se formem seres (alunos) capazes de ampliar os modos de conhecimento atuais, favorecendo assim, o surgimento e desenvolvimento de novas formas de consciência alicerçadas em uma visão holística, ecológica e humanitária.

Mais saúde nas escolas, melhor Qualidade de Vida nas comunidades

Para estar em consonância com as demandas atuais da sociedade, é necessário que a escola trate de questões que interferem na vida do aluno e com as quais se vêem confrontados no seu dia-a-dia.

Problemáticas sociais em relação à ética, saúde, meio ambiente, pluralidade cultural, orientação sexual e trabalho e consumo são integradas na proposta educacional dos Parâmetros Curriculares Nacionais como temas transversais, sendo estas atuais e urgentes, consideradas de abrangência nacional e até mesmo mundial.

Com o foco na Saúde, há um reflexo não somente na realidade individual, mas também coletiva, sendo produzida nas relações com o meio físico, social e cultural. Falar de saúde na escola implica também falar de Qualidade de Vida, com uma estratégia multidisciplinar, buscando elevá-la ao papel de formar protagonistas e não pacientes, capazes de valorizar a saúde, discernir e participar de decisões relativas à Qualidade de Vida de si mesmo e da sua comunidade.

 

Referências bibliográficas

Ministério da Saúde. A promoção da saúde no contexto escolar. Rev. Saúde Pública. Ministério da Saúde. São Paulo, v. 36, n. 4, 2002. Disponível aqui

AERTS, D. et al. Health promotion: convergence between the principles of health surveillance and socially responsible schools. Cad. Saúde Pública. Rio de Janeiro, v. 20, n. 4, 2004. Disponível aqui

Flávia Silva Arbex
Mestre em Gerontologia
Faculdade de Ciências Médicas – UNICAMP- Clique aqui para ver o endereço de e-mail

Marina Ângelo
Especialista em Atividade Física e Qualidade de Vida na UNICAMP

Mauro Santili
Especialista em Atividade Física e Qualidade de Vida na UNICAMP

Melina Caleffi
Especialista em Atividade Física e Qualidade de Vida na UNICAMP