Programação

 

XX Congresso de Ciências do Desporto e Educação Física dos Países de Língua Portuguesa

 

TEMA: Discriminação na Educação Física e Esporte: perspectivas de diferentes olhares

 

 

Apresentação | Programação | Trabalhos | Inscrição | Hospedagem | Organização

 

 

 

Programação detalhada

 

Quarta-Feira, 19/03/2025

08:00 às 10:00 - Credenciamento

09:30 às 10:00 - Mesa de Solenidade de Abertura  

Karkaju Pataxó


Graduado Ciências Sociais e Humanidades – FIEI/UFMG, Mestrando em Estado e Sociedade pela UFSB (Trancado). Faço parte do grupo de líderes Pataxó desde 1999. Sou Pataxó, pesquisador, Consultor e palestrante dos Jogos Indígenas, Liderança Pataxó, membro da Coordenação de Pesquisa da História, Cultura e Língua Pataxó - ATXÔHÃ, membro da Federação Indígena das Nações Pataxó e Tupinambá – FINPAT, membro do Movimento dos Povos e Organizações Indígenas da Bahia – MUPOIBA, fiz parte da Coordenação do 1º Jogos Mundiais dos Povos Indígenas, da Coordenação Desportiva e Cultural dos Jogos dos Povos Indígenas, da Coordenação Técnica dos Jogos dos Povos Indígenas, da Coordenação dos Jogos Indígenas Pataxó, do Conselho de Lideranças da Aldeia Pataxó Coroa Vermelha, da Coordenação da Categoria Indígena na Meia Maratona do Descobrimento, ex-coordenador II da Secretaria de Trabalho, Emprego, Renda e Esporte – SETRE/BA, gestor de projetos e se alinha com projetos que abrangem educação, esporte, etnoturismo, audiovisual e cultura de forma autônoma e coletiva. Tem publicado artigos sobre a cultura, esporte e Jogos Indígenas Pataxó, foi coordenador Geral do CESOL Costa do Descobrimento e Extremo Sul e atualmente é Coordenador Geral Promoção a Políticas Culturais, no Departamento de Línguas e Memórias Indígenas, na Secretaria Nacional de Articulação e Direitos Indígenas do Ministério dos Povos Indígenas em Brasília/DF.


 

10:00 às 12:00 - Conferência de Abertura "Diferentes olhares para a discriminação no Esporte e na Educação Física"

Atualmente a sociedade, pelo menos parte dela, torna-se consciente das diferenças e multiplicidades sociais emergentes que a compõem, trazendo desafios e necessidade de debater, reconhecer e regular os vários aspectos envolvidos nos relacionamentos sociais decorrentes dessas diferenças. Isso se traduz em novos valores que pretendem gerar uma 'ética de igualdade', baseada no respeito (moral) e no reconhecimento (direito) das diferenças e dos pluralismos, que dependa cada vez menos de leis e procedimentos formais.

Era comum e corriqueiro, e ainda é em diferentes grupos sociais, discriminar mulheres, negros e homossexuais, por exemplo. Os alvos da violência escondiam-se e escondem-se no próprio sofrimento sem poder nomeá-lo, denunciá-lo ou compreendê-lo. Contudo, a conscientização da sociedade vem produzindo conceitos e teorias que auxiliam a interpretação dessas realidades, buscando construir caminhos, políticas e intervenções para a superação. Ao mesmo tempo, as ditas 'minorias', organizaram-se em movimentos de protesto e reivindicatórios tentando a superação dessas situações de desqualificação identitária e sofrimento existencial. Estas situações de intolerância e discriminação estão presentes em diferentes âmbitos da sociedade e não é diferente no esporte e educação física, que aliás buscou justificativas até mesmo fisiológicas ou pautadas em procedimentos pedagógicos para a discriminação.

Na conferência de abertura nos propomos discutir a construção do preconceito e a visibilidade das discriminações decorrentes, duplamente associadas à condição de emergência das diferenças: seja pela afirmação e manipulação da condição da diferença, seja por sua insistente negação ou dissimulação. A reflexão que busca construir uma ponte entre o preconceito e a violência, enfatiza as diversas formas de discriminação e exclusão no esporte e educação física e objetiva subsidiar elementos teóricos para sua superação.

Coordenação: a confirmar.

Convidados:
Profa. Dra. Silvana Villodré Goellner - Universidade Federal do Rio Grande do Sul - Porto Alegre - Brasil
Prof. Dr. Bento Rúpia Junior - Universidade Pedagógica de Maputo - Maputo - Moçambique
Prof. Dr. Nuno Domingos - Universidade de Lisboa - Lisboa - Portugal

12:00 às 13:30 - Almoço

13:30 às 15:00 - Tema Livre 1

Eixos temáticos:

1 – Direitos Sociais, Esporte, Educação Física. Linguagens dos direitos, das políticas públicas e das ações diretas; Processos de produção, transmissão e recepção das políticas públicas e dos direitos relativos aos campos do esporte, lazer e  da educação física; Funções econômicas, políticas, ideológicas e psicossociais desses direitos e políticas; Modelos de sociedade presentes nas suas abordagens teóricas; Esporte, educação física e lazer reforma e revolução no mundo contemporâneo.

2 – Educação Física e Escola; Diferença e diferenças na EF escolar; dispositivos de racialidade, etnicidade, sexualidade, etc. e EF escolar; currículo e políticas curriculares; formação docente e a sociedade multicultural ;  Artistagens e invenções docentes em territórios disputados na EF escolar; infância(s), juventude(s) e adulto(s) na EF escolar; educação problematizadora crítica e pós-crítica; a didática na cena contemporânea; mídias, representação e EF escolar; EF e linguagens (a tematização das práticas corporais e suas interfaces com os temas do lazer, do trabalho, da saúde e das políticas públicas).

3 – Esporte, meio ambiente e sustentabilidade. Esporte na natureza como prática de lazer e/ou rendimento e sua relação com uma educação que promova a conscientização para o respeito ao meio ambiente; ações de educação do corpo que visem atingir os 17 objetivos do desenvolvimento sustentável (ODSs) e as metas da Agenda 2050 da ONU; análise crítica de esporte no embate entre ambientes monocromáticos e cromáticos; esportes urbanos e esportes na natureza e seus impactos; aspectos históricos da evolução do esporte e sua relação com a natureza.

4 – Atividade física e saúde para populações especiais atividade física, esporte, saúde e qualidade de vida de grupos com necessidades especiais, tais como: idosos, indivíduos com sobrepeso e obesidade, portadores de Doenças Crônicas Não Transmissíveis (DCNTs).

5 – Atividade Física e Esporte Adaptado para Pessoas com Deficiências.
Atividade física, esporte, saúde e processo inclusivo de pessoas com deficiência física, intelectual e sensorial (visual e auditiva), pessoas com altas habilidades e superdotação, ou transtornos globais de neurodesenvolvimento

6 – Iniciação, Formação Esportiva e o(a) Treinador(a).
Os procedimentos pedagógicos e de treinamento inerentes ao período de Iniciação e Formação Esportiva, assim como os papéis e funções do(a) treinador(a) e equipe multidisciplinar. Aspectos relacionados a desenvolvimento de treinadores(as).

7 - Esporte, treinamento, Desempenho e a Diversidade.
O treinamento esportivo tem como objetivo central a melhora do desempenho esportivo, sustentado em princípios científicos relacionados à dimensão física, mental e social do atleta. Aspectos relacionados à diversidade no desenvolvimento de atletas de alto rendimento.

Observação: em todas as outras sessões de apresentações oral e pôsters os eixos temáticos serão os mesmos.

15:00 às 16:00 - Coffee Break e apresentação de pôsteres por eixos temáticos

16:00 às 18:00 - Tema Livre 2 (por eixos temáticos)

18:00 às 19:00 - Sessões de Apresentação de Grupos de Pesquisa e Entidades Científicas – Parte 1

19:00 às 20:00 - Sessões de Apresentação de Grupos de Pesquisa e Entidades Científicas – Parte 2

 

Quinta-Feira, 20/03/2025

9:30 às 12:00 - Mesa 1 "Sobre a discriminação na Educação Física, no Esporte e no Lazer - contribuições das ciências humanas"

A modernidade trouxe consigo formas de viver em sociedade que nos cobra valores altos: vidas humanas. E esta situação não atinge a todos da mesma maneira. Paradoxalmente, ela tem pertencimento, lugar, cor, gênero, classe social. Esta mesa tem por objetivo discutir formas que persistem em fase avançada no capitalismo referente à diferenciação imposta aos corpos nos diferentes contextos sociais; dos modelos de educação do corpo que controlam, regulam e justificam o certo e esperado; dos lugares que diferentes corpos ocupam ou deixam de ocupar no esporte, nas práticas corporais, na escola, no lazer, na cultura e na sociedade. Cabe indagarmos: que políticas de afirmação da vida são possíveis em contextos em que persistem as hierarquizações de raça, classe e gênero? Que corpos são possíveis num mundo em que regimes bio e necropolíticos de classificação de vidas ditam a ordem? Essa mesa trata de lançar um olhar das ciências humanas para questões que atravessam a discriminação de diferentes ordens na educação física, no esporte e no lazer.

Coordenação: a confirmar.

Convidados:
Profa. Dra. Maria Manuel Baptista - Universidade de Aveiro - Portugal
Profa. Dra. Maria Paula Monteiro Pinheiro da Silva - Universidade do Porto - Portugal
Prof. Dr. Wagner Xavier de Camargo - Doutorado em Antropologia - Professor Colaborador UFSCar - Brasil

12:00 às 13:30 - Almoço

13:30 às 16:00 - Mesa 2 "Saúde da Mulher: Benefícios e desafios da atividade física na atualidade"

Dados epidemiológicos demonstraram os benefícios multissitêmicos oriundos dos exercícios para a saúde atenuando efeitos do envelhecimento e dos principais agravos à saúde da população brasileira e mudial, as doenças crônicas não transmissíveis (DCNT), tais como hipertensão, obesidade, DM2, câncer e entre outras. A prática regular de exercícios é uma das diretrizes de saúde tanto prevenção como para promoção da saúde de populações saudáveis, para população envelhecendo, como considerada atualmente como intervenção não-farmacológica no tratamento de DCNTs (“WHO GUIDELINES ON PHYSICAL ACTIVITY AND SEDENTARY BEHAVIOUR”, [s.d.]). No entanto, estudos com base nas diferenças entre os sexos revelam que existem adaptações específicas para homens e mulheres, assim como diferentes faixas etárias também precisam ser consideradas (Bassareo e Crisafulli, 2020). Dados recentes no Brasil verificaram que a cerca de 29 milhões de mulheres que se encontram em estado de climatério e menopausa (IBGE, 2022), porém, este ainda é um tema que segue sendo um tabu. Além disso, trata-se de um marco irreversível da fisiologia feminina que se associa, social e biologicamente ao envelhecimento, outro tema negligenciado historicamente. Embora as mulheres sejam mais longevas que os homens no Brasil (IBGE, 2022), os índices de mortalidade entre as mulheres têm aumentado substancialmente entre os 40 e 59 anos de idade (meia idade), faixa etária que coincide com o período do climatério. Segundo dados do boletim epidemiológico de 2023 da saúde da mulher, as maiores causas de morte em mulheres são por doenças endócrinas, nutricionais e metabólicas e, em segundo lugar, as neoplasias e logo em seguida, transtornos mentais. Outro ponto negligenciado nos debates acadêmicos e políticos são relativos à saúde e às políticas de inclusão das mulheres com deficiência. Assim, esta mesa tem como objetivo trazer para o debate os aspectos biológicos da saúde da mulher idosa, da mulher com enfermidade e da mulher com deficiência, seus benefícios biopsicossociais e os desafios da atualidade.

Mediador: a confirmar.

Convidados:
Prof. Dr. Edilson Seperloni Cyrino - Universidade Estadual de Londrina - Brasil
Profa. Dra. Patrícia Chakur Brum - Universidade de São Paulo - Brasil
Profa. Dra. Ruth Cidade - Universidade Federal do Paraná - Brasil

16:00 às 17:00 - Coffee Break e apresentação de posteres por eixos temáticos

17:00 às 18:00 - Tema Livre 3 (por eixos temáticos)

18:00 - Lançamento de Livros

 

Sexta-Feira, 21/03/2025

09:30 às 12:00 - Tema Livre 4 (por eixos temáticos)

12:00 às 13:30 - Almoço

13:30 às 16:00 - Mesa 3 "A discriminação no esporte: contextos de gênero e racial"

A discriminação no esporte possui várias nuances e nessa mesa busca-se discutir focadamente na discriminação de gênero e racial. A próxima edição dos Jogos Olímpicos constitui um marco histórico, com previsão de participação 50-50% de atletas homens e mulheres, o que constitui um avanço dado todo o contexto histórico de desigualdade de participação entre os gêneros. Ainda assim, podemos questionar: mas e o número de treinadores e treinadoras? chefes de equipes homens e mulheres? dirigentes homens e mulheres? também chegarão à equidade em Paris 2024? Sabemos que ainda há muito o que se trilhar nesse sentido, tanto em termos quantitativos como qualitativos. O mesmo se aplica na discussão acerca da promoção de um esporte antirracista. Um olhar atento aos noticiários dos últimos anos no futebol, dentre tantos outros esportes, traz luz ao quanto precisamos avançar em ações concretas a fim de lidar com um racismo estruturante no esporte estabelecido ao redor do mundo.

Mediador: a confirmar.

Convidados:
Soraya Carvalho (Comitê Olímpico do Brasil)
Marcelo Medeiros Carvalho (Observatório da Discriminação racial no Futebol)
Prof. Dr. Hugo Miguel Borges Sarmento - Universidade de Coimbra - Portugal

16:00 às 16:15 - Coffee Break

16:15 às 17:15 - Mesa 4 "Encerramento: Desafios para as Ciências do Desporto e Educação Física nos dias de hoje e apresentação da próxima sede do evento"

Convidados:
Prof. Dr. Vasco Parreiral Simões Vaz - Universidade de Coimbra - Portugal
Prof. Dr. Silvio Pedro Jose Saranga - Universidade Pedagógica · Faculdade de Educação Física e Desporto